Dos pré-candidatos à sucessão do Palácio de Ondina no pleito de 2022, Jaques Wagner e ACM Neto não terão problemas em relação à receptividade política.
O mesmo não se pode dizer do ministro João Roma, já que seu partido, o Republicanos, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, já decidiu pelo apoio ao ex-prefeito de Salvador. E essa decisão, salvo algum acidente de percurso, é irreversível.
Roma, cria política de Neto, hoje adversário, em mais um fato da criatura contra o criador, se realmente quiser disputar a sucessão estadual, se sua postulação não for de mentirinha, terá que procurar outro abrigo partidário.
Wagner em Itabuna será recebido pela maior autoridade do município, o prefeito Augusto Castro, que, a pedido do senador Otto Alencar, pode declarar seu apoio à candidatura do representante do lulopetismo na disputa pelo governo da Boa Terra. Castro é do PSD. Otto é o presidente estadual da sigla.
A presença do senador Otto na chapa majoritária, buscando sua reeleição ao Congresso Nacional, é mais uma certeza de que o alcaide de Itabuna não poderá tomar outro caminho que não seja o de apoiar o petista na sucessão de 2022.
Portanto, todos no mesmo palanque, seja no tradicional, de priscas eras, ou no eletrônico. A base aliada unida, com os partidos e suas lideranças de mãos dadas: Davidson Magalhães com o PCdoB, Geraldo Simões com o PT, o PSB tendo na linha de frente o médico Renato Costa e, quem sabe até, o PP de Roberto Minas Aço se arrumarem um espaço na majoritária para o vice-governador João Leão, dirigente-mor estadual do pepismo.
E ACM Neto? Sua visita a Itabuna está programada para a segunda quinzena deste mês de setembro. Será recepcionado, em se tratando de lideranças políticas, pelo atual vice-prefeito de Itabuna, Enderson Guinho, que é do mesmo partido do ex-gestor soteropolitano, o DEM, e pelo capitão Azevedo, também demista e ex-chefe do Executivo, do cobiçado centro administrativo Firmino Alves.
O diretório municipal do Republicanos também marcará presença na recepção a Neto. A dúvida é se o deputado federal bispo Márcio Marinho, maior liderança do partido, vai estar presente.
O PL, conduzido por Fernando Neto, que faz um invejável trabalho no partido, sem dúvida uma grande liderança, de um fácil e amistoso diálogo, assentado em seu reconhecido carisma, deve marcar presença.
E o PDT de Itabuna? A sigla ainda não tomou uma decisão firme em relação à sucessão estadual, até porque a legenda está sem comando, já que Mangabeira não quer mais se envolver com o movediço e traiçoeiro mundo da política. Seu mandato na frente da legenda findou. O PDT está a ver navios. O deputado Félix Mendonça, presidente estadual da sigla, ficou de resolver o imbróglio. Até agora nada. Espero que ouça os pedetistas antes de tomar qualquer decisão.
Quando me perguntam qual a minha posição diante da sucessão estadual, respondo com a maior tranquilidade do mundo: depende de como ACM Neto vai se comportar na eleição presidencial.
No mais, esperar o cinetismo da política, que costuma causar surpresas e sobressaltos.