Trata-se de uma alteração vascular que envolve tanto os grandes quanto os pequenos vasos da retina. “Após 20 anos de doença, mais de 90% dos diabéticos tipo 1 e 60% daqueles com o tipo 2 apresentarão algum grau de retinopatia”, afirma a médica Tâmara Lopes de Oliveira, especialista em Retina e Vítreo do DayHORC, empresa do Grupo Opty em Itabuna.
De acordo com a profissional, a retinopatia diabética só ocorre em pacientes diabéticos. Os dois fatores mais importantes relacionados ao desenvolvimento e à gravidade da doença são o tempo que o paciente tem com o diabetes e o controle glicêmico.
Muitos pacientes podem apresentar formas avançadas com grande potencial de cegueira, mas ainda assintomáticos. “O principal sintoma é a baixa de visão, que pode estar presente desde as fases inicias da retinopatia até em casos nos quais há doença proliferativa”, explica a oftalmologista.
A retinopatia diabética é classificada basicamente em dois tipos: não-proliferativa e proliferativa (forma mais avançada da doença). A não-proliferativa, por sua vez, se divide em leve, moderada e grave, de acordo com sua progressão. O retardo no tratamento pode levar à perda irreversível da visão. “Estima-se que em olhos com retinopatia diabética proliferativa não tratada a taxa de evolução para cegueira seja de 50% em 5 anos”, diz.
Acompanhamento
Dessa forma, o acompanhamento oftalmológico regular é de extrema importância, por se tratar de uma doença que, mesmo nas formas mais graves, não apresenta sintomas na maioria dos pacientes e também devido à necessidade de início de tratamento precoce, antes que as alterações sejam irreversíveis.
Os tratamentos da retinopatia diabética variam de acordo com sua classificação e a presença ou não do edema macular. “Esse tratamento pode ser feito com fotocoagulação a laser, terapia medicamentosa intravítrea e cirurgia”, esclarece Dra. Tâmara Oliveira. A retinopatia não tem cura, mas pode ser controlada. O monitoramento rigoroso da glicemia, da pressão arterial e dos níveis de lipídio são algumas formas de prevenção da doença.
O ideal é que se realize o acompanhamento de modo que os pacientes não alcancem as formas proliferativas graves da doença. Para isso, o intervalo entre as consultas não deve ser superior a um ano, podendo esse período ser reduzido conforme a gravidade do caso.