A nova cepa do coronavírus, que teve origem na Índia, pode ser muito mais transmissível em comparação às que já circulavam no Brasil. O alerta é do médico da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna (SCMI), o infectologista Fernando Romero. Desde o início da pandemia, no ano passado, até esta segunda-feira (7), foram 7.105 pacientes com os sintomas da doença atendidos nos hospitais Calixto Midlej Filho e Manoel Novaes. Desse total, 2.026 precisaram de internamento.
Fernando Romero reforça a necessidade da vacinação em massa contra a Covid-19 para conter a transmissão do vírus. “A terceira onda é real e bastante preocupante. Determinadas cepas são mais fortes, com a capacidade de causar mais doenças. Então, qualquer ambiente pode aumentar ou reduzir o poder de transmissão do vírus. Isso dependerá do comportamento das pessoas”, explica.
O especialista afirma que o efeito da nova variante pode estar ligado ao afrouxamento de medidas de restrição à circulação de pessoas e distanciamento social. Ele chama atenção que o aumento repetitivo de casos traz grandes complicações para o sistema de saúde.
Uma delas é a superlotação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Nos próximos dias, com o tempo frio, o vírus pode se disseminar com maior facilidade entre as pessoas. Por isso, é necessário que os cuidados sejam redobrados”, observa Romero.
Morte de jovens
O infectologista orienta que as pessoas mantenham, no dia a dia, o hábito de usar máscara, higienizar as mãos, respeitar o distanciamento social e evitar aglomerações em espaços públicos e privados.
Ele também fala da mudança de perfil dos pacientes. “No início da pandemia, os idosos eram considerados grupos de riscos. Após um ano e meio das primeiras notificações, o perfil de pacientes com casos graves mudou. Os jovens também passaram a enfrentar problemas graves em decorrência da doença e muitos estão indo a óbito”, pontuou.
A presença da cepa indiana no Brasil não altera as medidas preventivas de combate e prevenção ao coronavírus. Os primeiros casos confirmados do país da nova variante datam no dia 20 de maio. Até o momento, a cepa foi detectada em estados como Maranhão e Rio de Janeiro. Hoje, a variante está presente em 66 países.