O agora ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, presidente nacional do Partido do Democratas (DEM), disse que grupos políticos antagônicos estão separando os brasileiros, “jogando uns contra os outros”.
A declaração foi dada na solenidade de despedida do Palácio Thomé de Souza, ontem pela tarde, o primeiro dia de 2021. “Não vou ficar calado diante do que estou vendo”, afirmou o ex-alcaide soteropolitano e pré-candidato a governador da Bahia no pleito de 2022.
É evidente que Neto estava se referindo ao bolsonarismo e o lulopetismo, a essa polarização que vem provocando uma verdadeira guerra nas redes sociais, em um vale tudo sem precedente na história política da República.
Lulistas e bolsominions estão se atracando sem nenhum limite, criando um cenário de ódio que tende a ficar mais acentuado à medida que se aproxima a sucessão presidencial de 2022.
Na teimosia, petistas e bolsonaristas se parecem muito. São admiradores cegos de seus “mitos”, obviamente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do atual Jair Messias Bolsonaro. Os “mitos” não têm defeitos, são puros.
ACM Neto pretende lançar o “Netinho paz e amor”, lembrando assim o “Lulinha paz e amor”. Para mostrar sua nova disposição, citou Luther King: “O grande Martin Luther King disse que o que mais lhe assustava não eram as ações e os gritos das pessoas más, e sim a indiferença e o silêncio das pessoas boas”.
Neto é um forte candidato a ser o próximo morador mais ilustre do Palácio de Ondina, tendo como maior “cabo eleitoral” a vontade de mudar do eleitorado, o robusto sentimento de mudança. Afinal, ao término do mandato de Rui Costa, são 16 anos do PT governando a Boa Terra.
Digo até que o adversário mais complicado para o demista não é Jaques Wagner, e sim o também senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD, legenda que tem o maior número de prefeituras e que teve o melhor desempenho nas eleições municipais. Não à toa que Wagner quer Lula na chapa majoritária disputando uma vaga para o Senado da República e, como consequência, se tornando um invejável puxador de votos para sua pretensão de governar a Bahia pela terceira vez.
O “Netinho paz e amor”, se não houver nenhum preocupante acidente de percurso, nenhuma surpresa desagradável, vai continuar como favorito para ganhar a sucessão de Rui Costa (PT).