No último sábado, 18 do corrente, na catedral de São José, presidida pelo Bispo Emérito D. Ceslau Stanula, foi celebrada uma Missa em Ação de Graças pelos 80 anos da chegada das Irmãs dos Pobres de Santa Catarina de Sena nesta cidade, para atuar no Hospital Santa Cruz, hoje Hospital Calixto Midlej Filho, que havia começado a funcionar no dia 07 de setembro de 1922. Inicialmente, foram as religiosas da Congregação da Divina Providência que começaram a atuar na enfermagem, na atenção religiosa e em outros serviços no hospital, trabalho iniciado em dezembro de 1922 e continuado até junho de 1935, quando retornaram ao Rio de Janeiro.
Vale recordar que a Santa Casa d e Misericórdia de Itabuna havia sido fundada em 28 de janeiro de 1917 mas o hospital só seria inaugurado, como citado acima, no dia festivo de 07 de setembro de 1922, primeiro centenário da independência do Brasil; começou a funcionar com 10 leitos e três funcionários, cuidando, cada um, da enfermagem, da cozinha e da limpeza; mesmo antes da inauguração do hospital que o Monsenhor Moysés Gonçalves do Couto e seus pares, já procuravam uma ordem religiosa que pudesse atuar no hospital, para ajudar os primeiros médicos que se dedicavam aos pacientes internados; esse pioneiros da medicina foram os doutores Carlos Cavalcanti da Silveira (Diretor), Ruffo Galvão, Appio José Lopes, Américo Brim d`Araújo, Walter Pinto de Almeida, Alcides dos Santos Silva, Arthur Xavier da Costa e outros que já atuavam na cidade e que, pouco a pouco, também foram emprestando os seus serviços à Santa Casa.
Com a saída das Irmãs da Ordem da Divina Providência a Provedoria batalhou e conseguiu a vinda das religiosas pertencentes à Ordem das Irmãs dos Pobres de Santa Catarina de Sena e, efetivamente, no dia 04 de agosto de 1938 chegavam as Irmãs Geovanna Isidori (Superiora), Adalgisa Veloso, Beatriz Rodrigues e Isabel Couto. No ano seguinte, chegava a Irmã Adelina.
Com a inauguração do Hospital Manoel Novaes, ocorrido no dia 29 de junho de 1953, novas religiosas da Ordem chegavam para cuidar do novo hospital e, em 1957, nos dois hospitais, Santa Cruz e Manoel Novaes, atuavam 13 (treze) Irmãs.
Em 1978, depois de 40 (quarenta) anos de dedicação à Santa Casa e aos pacientes, as Irmãs Religiosas da Ordem de Santa Catarina de Sena deixaram o Hospital Sant Cruz, permanecendo no Hospital Manoel Novas onde se encontram até hoje, mantendo 04 (quatro) religiosas, à frente a Irmã Superiora Irene Souza e as demais Irmãs Dijalma Lucia Perelo, Erimita Elita de Farias e Orlinda Teodora Gomes.
São, portanto, oitenta anos de excelente colaboração prestada pelas Irmãs da Ordem de Santa Catarina de Sena, organização fundada por Savina Petrilli, exemplo de vida e dedicação ao próximo. Nesses oitenta anos, 114 Irmãs da Ordem passaram pelos dois hospitais da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, cuidando dos pacientes, participando da administração hospitalar e foram elas pioneiras no Serviço de Enfermagem, quando não havia, como hoje, profissionais formados para o setor.
Mais do que justa, todas as homenagens prestadas a essas Irmãs Religiosas, pelo muito que fizeram em benefício do semelhante. Uma instituição como a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, que nasceu sob o signo da cruz, não pode esquecer o trabalho devotado dessas batalhadoras cristãs, seguidoras do exemplo de Savina e a elas, nessa data festiva, todas as demonstrações de afeto e gratidão da instituição e do povo itabunense.