Por Simone Nascimento
Debruçar-se sobre uma “pilha” de nada menos que 30 mil processos amontoados. Este é o principal desafio dos oito novos juízes que tomaram posse esta semana na Comarca de Itabuna. Das 16 varas, oito ficaram praticamente desassistidas durante muito tempo, porque não tinham juízes titulares. A situação acarretou, entre outros problemas, justamente o acúmulo de processos, que nem cabem mais nas prateleiras de suas respectivas varas. Muitos documentos estão no chão.
A Vara do Júri é uma delas. Mas, a nova titular, a magistrada Márcia Cristie Leite Melgaço, já começou o trabalho, definindo a pauta de audiências e julgamentos até o final do ano. O primeiro júri, inclusive, já foi realizado na terça-feira (02). O próximo está marcado para terça-feira da semana que vem.
Outra Vara que “pena” com o acúmulo de processos é a de Família. O juiz Sami Storch é o novo titular da 2ª Vara de Família. Em entrevista à TV Santa Cruz, ele disse que uma das estratégias para dar conta do imenso desafio em menos tempo é apelar para que as pessoas envolvidas nos processos se entendam e resolvam as questões. “Porque o próprio conflito na Justiça desgasta a relação entre as partes, faz com que elas percam muito tempo e se prejudiquem muito. Então, uma diretriz do Judiciário em geral é incentivar e favorecer a conciliação o máximo possível”, explicou.
“Ponte entre o judiciário e a OAB”
A chegada dos novos juízes agradou em cheio a sociedade, sobretudo a Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção Itabuna, que recepcionou os magistrados na tarde da última segunda-feira (01), no Salão do Júri do Fórum Ruy Barbosa. “O evento serviu para criar uma ponte entre o poder judiciário local e a OAB, para que as duas instituições enfrentem juntas a crise que se instalou na justiça”, disse o presidente da OAB-Itabuna, Edmilton Carneiro.
Itabuna conta, atualmente, com cerca de 500 advogados atuantes. Os profissionais, juntamente com os clientes, sofrem com a lentidão no acúmulo de processos e de julgamentos. “Estamos aqui para construir pontes e não erguer muros, mostrando que advogados e juízes podem, sim, caminhar juntos por uma justiça melhor, e não separados”, ressaltou o presidente da OAB.