A reforma administrativa implantada pelo prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), poderia ser mais incisiva, com um menor número de secretarias. Os acordos políticos impediram um melhor enxugamento da máquina municipal.
Cabe agora ao gestor, respaldado pela boa e surpreendente votação, passando dos 40 mil votos, promover as imprescindíveis medidas de ajuste fiscal, sob pena de ficar impedido de realizar as promessas de campanha.
O primeiro passo é rever todos os contratos e convênios. E quando se fala em contrato, o que deve estar na frente, como prioridade para ser revisto, é o do lixo, que até hoje não foi devidamente explicado, principalmente em decorrência de uma Câmara de Vereadores que não cumpria com sua precípua função de fiscalizar o Poder Executivo.
Outro ponto diz respeito a quem realmente trabalha no centro administrativo Firmino Alves. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que os chamados “funcionários fantasmas” são muitos, aí incluindo também os que aparecem na prefeitura, mas, com um piscar de olhos, desaparecem como se fossem um fantasma mesmo.
Augusto tem que exigir do secretariado uma espécie de relatório de todos que trabalham nas suas secretarias, o que fazem, se são concursados ou foram nomeados para exercer os chamados cargos de confiança, cujo critério é eminentemente político.
É evidente que não medir esforços para conseguir as vacinas para combater a cruel pandemia do novo coronavírus, se organizando e buscando iniciativas rápidas, é também de suma importância. Deve ser a prioridade das prioridades.
Politicamente falando, Augusto já deu demonstração de sua habilidade, fruto da sua experiência como deputado estadual em dois mandatos. A eleição de Erasmo Ávila, do mesmo partido do prefeito eleito, o PSD do senador Otto Alencar, para o cobiçado cargo de presidente da Casa Legislativa, é a prova inconteste dessa sua sagacidade.
Em relação a uma auditoria para apurar os desmandos do governo Fernando Gomes, promessa de campanha do então candidato Antônio Mangabeira (PDT), não vai acontecer. Não é o estilo de Augusto Castro, que prefere viver a vida pública sendo um pacificador, buscando sempre o diálogo. Se o contrário acontecer, é para mim uma surpresa. Darei minhas duas mãos à palmatória.
No mais, como já falei por duas ou três vezes, é torcer para que Augusto Castro faça uma boa gestão e, como consequência, devolva ao povo de Itabuna o retorno de sua abalada autoestima.
Cabe à oposição a tarefa de ser civilizada e responsável, não ser adepta do “quanto pior, melhor”, ou fazer política de maneira inconsequente. Mas também ficar atenta, fiscalizar o dia a dia da administração e denunciar prováveis irregularidades.
Que a Câmara de Vereadores faça seu papel de fiscalizar, que busque a harmonia com o Executivo, que ajude o prefeito a fazer um bom governo, sem, no entanto, abrir mão de sua independência, condição sem a qual passa a ficar desacreditada.
Ao cidadão comum, o cidadão-eleitor-contribuinte, como diria o saudoso e polêmico jornalista Eduardo Anunciação, a missão de ser também um “vereador”, tendo o Ministério Público como parceiro.
Sucesso a Augusto Castro e toda sua equipe, que todos entendam que milhares de itabunenses estão esperançosos por uma boa gestão.