João Otávio Macedo
Semanas atrás abordei as principais ruas e avenidas do centro da cidade, contando um pouco da sua história, como surgiram e como chegaram até os dias de hoje; essas artérias e ruas guardam muito do desenvolvimento urbano, das pessoas e até mesmo dos animais domésticos que aí viveram.
Hoje vamos abordar os bairros da cidade; evidentemente que não será possível focalizar todos eles , pois a cidade cresceu bastante e muitos surgiram rapidamente; andando pelas ruas, como gosto de fazer, vou relembrando as diversas áreas que hoje se transformaram em bairros e é nesses momentos que vemos como a cidade cresceu.
Nos períodos de minha infância e adolescência podia-se contar nos dedos das mãos o número de bairros existentes; isso nas décadas de quarenta e cinquenta quando podíamos citar os bairros do Pontalzinho, da Taboquinhas, da Conceição, Vila Zara, Berilo, Burundanga, Bananeiras, Mangabinha. Lava-pés e os novos que começavam a surgir, como o Castália, Goes Calmon, Cajueiro, Banco Raso e outros que se tornaram embriões de importantes bairros como Fátima e Califórnia, São Caetano com vários bairros adjacentes; alguns desses bairros surgiram na margem direita do Cachoeira e outros na sua margem esquerda ; muitos deles têm um movimento e uma população bem maior que alguns municípios vizinhos.
O que teria motivado o surgimento e o crescimentos desses dezenas de bairros que temos hoje? muitos fatores concorrem para isso; em primeiro lugar,trata-se de um fenômeno que também apareceu em muitas cidades do porte de Itabuna, com posição central importante com a oferta de uma boa educação, serviços de saúde que as comunidades menores não ^têm condições de oferece como ; esporte e lazer, principalmente para a população jóvem. são outros atrativos que as comunidades maiores têm mais condições de ofertar, do que as menores e, talvez a mais importante de todas as condições, para motivar o crescimento das cidades, a possibilidade de emprego..
No caso de Itabuna e, também de outras cidades importantes da chamada região cacaueira, não devemos nos esquecer do exôdo rural ocorrido n os anos oitenta, motivado pela praga “vassoura-de-bruxa”, dizimando os cacauais, fechando fazendas e expulsando muitos trabalhadores com suas famílias para centros maiores.
Algumas cidades cresceram mais ou menos ordeiramente, enquanto outras “incharam”; transforma-se num desafio para os dirigentes municipais equacionar o crescimento desses bairros com a chegada de novos habitantes pois o fluxo é de mão única; dificilmente os que deixam a zona rural para lá retornam mesmo com os problemas e algumas dificuldades nesses núcleos habitacionais maiores.
A feição urbanística da nossa cidade mudou muito a partir do anos oitenta e a população dos bairros, muito mais agora do que antes , exerce um poder de pressão muito grande, reivindicando os seus direitos e querendo mais e mais realizações do poder público. Bairros que estão um pouco distante do centro da cidade, como Maria Pinheiro,Sarinha, Novo São Caetano, São Lourenço, Santa Clara, Muruns, Ferradas, Canecos, Sinval Palmeira e outros , a sua população está bem alerta e disposta a lutar por aquilo que lhes parece justo.