A composição da chapa majoritária governista, que antes era tida como mais problemática do que a da oposição, caminha para ter um só obstáculo pela frente: o PP de João Leão.
O vice-governador, dirigente-mor estadual do Partido Progressista, sem dúvida o mais rebelde do lulopetismo baiano, insiste em dizer que vai disputar o comando do Palácio de Ondina, obviamente se não for o candidato da base aliada ao Senado.
O senador Otto Alencar (PSD), que busca sua natural reeleição, vai ser excluído da majoritária ? A pergunta vem à tona toda vez que Leão insinua que pode romper com o PT se não ocupar a vaga de Otto. A solução para o impasse, que tem a camuflada simpatia do ex-presidente Lula, é convencer Otto a ser vice de Jaques Wagner. A contrapartida seria a titularidade de um importante ministério em um eventual terceiro mandato de Lula.
E do lado de lá, da oposição ? Os problemas de ACM Neto (DEM), quando comparados aos de Jaques Wagner (PT), são agora bem mais complicados. Longe dos holofotes e do povão de Deus, o pega-pega entre os pretendentes para integrar a majoritária, como vice do ex-gestor soteropolitano ou na vaga para o Senado, já é acirrado.
A provável saída do deputado federal Marcelo Nilo do PSB para uma legenda de apoio à pré-candidatura de Neto ao governo da Bahia vai aumentar o imbróglio. A condição imposta é compor a majoritária, seja como vice do ex-chefe do Palácio Thomé de Souza ou candidato ao senado da República.
Na cola de Nilo, também disputando uma das duas vagas na chapa oposicionista, o Republicanos, PSDB e o PDT, respectivamente com o bispo-deputado Márcio Marinho, João Gualberto, ex-prefeito de Mata de São João, e o também parlamentar federal Félix Júnior.
Em comum entre republicanos, tucanos e pedetistas, a opinião de que Marcelo Nilo está sendo muito afoito. Já quer ser o “dono do pedaço” antes mesmo de arriar sua mala e visitar os aposentos da nova casa.
Hoje o dilema de ACM Neto é bem maior do que o de Jaques Wagner. Amanhã é outro dia. O processo político, além de ser cinético, tem surpresas e sobressaltos como ingredientes inerentes ao jogo pelo poder.
O cenário vai ficar mais transparente, menos nebuloso, com o início da “janela partidária” e as convenções partidárias.