O assunto “debates” começa a ser comentado nas conversas sobre à sucessão presidencial de 2022, mesmo diante de milhares de perdas de vidas humanas em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
Abrindo um parêntese, escrevi ontem, quarta (10), que a infeliz e irresponsável declaração do presidente Bolsonaro, de que a covid 19 não passava de uma “gripezinha”, foi o começo de toda essa tragédia. E mais: que se nada fosse feito para frear a cada vez mais crescente curva de mortes, o chefe do Palácio do Planalto não escaparia de uma punição, quer no campo da política, com um eventual impeachment, quer no âmbito do Poder Judiciário.
Voltando aos debates, o que chama mais atenção é a preocupação do bolsonarismo e do lulopetismo com seus presidenciáveis, respectivamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual Jair Messias Bolsonaro. Os bolsominions sem saber como Bolsonaro vai explicar a irresponsabilidade e o despreparo do governo no enfrentamento da gravíssima crise humana e sanitária provocada pela pandemia, que caminha a passos largos para ceifar a vida de 500 mil pessoas, e os lulominions na agonia de como Lula vai se sair quando questionado sobre os escândalos da era petista no comando do Palácio do Planalto, principalmente em relação ao “mensalão”. Já é consenso nacional de que Lula cruzou os braços diante da roubalheira.
Outro ponto em comum, restrito aos bastidores das duas correntes políticas, é a citação do nome de Ciro Gomes (PDT) quando o tema são os debates entre os postulantes ao cargo mais importante e cobiçado do Poder Executivo. O bolsonarismo e o lulopetismo tremem de medo do pedetista. E com toda razão. Ciro, além de ser o presidenciável mais preparado, não tem papas na língua e sabe de tudo. Vale lembrar que foi o melhor gestor da história política de Fortaleza e do Ceará, obviamente como prefeito e governador, sem falar do seu bom desempenho como ministro da Fazenda no então governo Itamar Franco, sendo um dos responsáveis pela implantação do Plano Real, que passou a ser o maior inimigo da hiperinflação.
Os debates podem alavancar ainda mais o já gigantesco antipetismo e antibolsonarismo, alertando ao cidadão-eleitor-contribuinte que o Brasil não pode pensar no futuro retornando ao passado e, muito menos, reelegendo quem não pensa no amanhã.
Esse desaconselhável “já ganhou” tanto do bolsonarismo como do lulopetismo, assentado em uma inominável soberba, vai ficar enfraquecido com o tete-à-tete entre os candidatos.
Quem viver, verá. Como diria o saudoso itabunense Milton Menezes, sem dúvida o mais irreverente, corajoso e polêmico radialista que conheci.