OTTO E A SUCESSÃO ESTADUAL


Atual cenário político baiano envolvendo o senador Otto Alencar


O que chamou atenção na última entrevista do senador Otto Alencar ao blog Políticos do Sul da Bahia, concedida quarta-feira (8) ao blogueiro João Matheus, foi o ponto que diz respeito a união da base aliada do governador Rui Costa na sucessão de Itabuna.

Ratificar a pré-candidatura do ex-deputado estadual Augusto Castro e dizer que ele “só não será candidato se não quiser”, são declarações várias vezes ditas pelo parlamentar quando questionado sobre o processo sucessório municipal.

Perguntado sobre a união dos partidos que dão sustentação política ao governo petista em torno de Augusto Castro, Otto Alencar, que é também presidente estadual do PSD, disse que não poderia responder, já que tem outros prefeituráveis da base do governo, citando como exemplo o PT.

Otto até estipulou um prazo para que essa união aconteça: “Augusto está confirmado como candidato do PSD, mas unir a base só na frente, só a partir de 15 de agosto e da circunstância”. Qual seria essa circunstância? Faltou o blogueiro perguntar, o que terminou provocando um vácuo na entrevista. Ou seja, a curiosidade do leitor ficou a ver navios.

Vale lembrar que Otto é defensor do discurso da mudança, de que Itabuna precisa de uma urgente renovação. O senador quer o apoio de quem já foi prefeito, mas não apoiaria nenhum deles na tentativa de retornar ao comando do centro administrativo Firmino Alves. É o que ficou subtendido nas entrelinhas.

Como Otto Alencar não vai abrir mão de disputar o governo da Bahia em 2022, e sabe que não contará com o PT, que já tem a candidatura de Jaques Wagner como favas contadas, terá que eleger ou reeleger os candidatos a prefeito do PSD. Apoiar prefeituráveis do PT passa a ser ingenuidade política.

Outra dúvida, que até hoje não foi devidamente esclarecida, e volta e meia está nos bastidores, e ninguém diz nada, é em relação a existência de um acordo entre o governador Rui Costa e o senador Otto Alencar. Existe mesmo um ajuste entre ambos em torno do pleito para o Palácio de Ondina, com a promessa de Rui apoiar Otto?

É evidente que a sucessão para o governo da Bahia está um pouco longe. A política, no entanto, não perdoa os que, baseados e assentados nessa distância, achando que ainda é cedo para as articulações, terminam dormindo. Assim como no direito, a política não costuma socorrer os que dormem.

Concluo dizendo que é imprescindível que os dois olhos estejam bem abertos para o pleito de 2020. Para 2022, pelo menos um.