Como a greve deixou Itabuna sem ônibus por uma semana e as empresas alegaram só poder reajustar os salários dos motoristas e cobradores se a passagem aumentasse, o Diário Bahia perguntou ao prefeito Fernando Gomes nesta tarde: O itabunense vai dançar o forró de São Pedro pagando mais caro pela passagem de ônibus?
Ao que o prefeito respondeu: “Não sei se vai ter aumento de passagem, ainda vou decidir isso. A realidade é que ônibus em Itabuna não pode rodar como está rodando. Porque tem três anos que tá rodando por 3 reais. Conquista é R$ 3,80, Ilhéus é R$ 3,80, Feira é 4 reais…”, comparou.
Fernando Gomes mencionou, também, o número de gratuidades. São 360 mil por mês. Sempre de forma, digamos, espirituosa, ele alfinetou um contrato firmado no governo anterior. “Primeiro, Correio não paga, funcionário da Prefeitura não paga, policial não paga, aposentado não paga, deficiente físico não paga… por isso está essa situação. Segundo, as empresas dizem que pagando R$ 3,30 ficam sem lucro. Por que? Fizeram um contrato mal feito com a Prefeitura no governo de Vane! Eles mandaram vir de lá um incompetente e acho que assinaram sem nem ler”.
“Assinou sem ler”…
Após essa argumentação, sinalizou: “O que a gente pode dar hoje… a passagem é 3 reais… é ir para R$ 3,30 só”. E seguiu narrando o que colocou em reunião com empresários do transporte. Em Itabuna, operam as empresas São Miguel e Sorriso da Bahia. De certa forma, até deu bronca na parte envolvida.
“Não pode, porque é o que eles fizeram. Culpa de quem foi? Deles! Não é minha culpa. Aí eles saíram correndo. Vai assinar as coisas sem ler? O advogado fez a burrice e eles assinaram sem ler. E aí está o caos que há. Cabe à Justiça decidir; eu sei que não dá pra rodar, eu tô sabendo disso. Teve aumento de óleo diesel, pneu, tem salário de funcionário, que é natural aumentar … tudo! ”.
O prefeito, por fim, referiu-se à greve e a necessidade de uma solução para o impasse. “Pior que a cidade tá sem transporte e eu tô apertando isso aí. Está no Tribunal pra se definir. Acho que tem que ser … que não aumente demais. No mínimo R$, 3,30, R$ 3,50. Não vou botar R$ 3,80, mas R$ 3,50 pra resolver o problema deles aí ”.
Segundo ele, se o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) resolvesse a situação, daria o aumento. Se não… “Não posso fazer coisa que a Justiça não permite”, afirmou, ainda antes de um veredicto na audiência entre empresários e funcionários na sede TRT, em Salvador.