O ceplaqueano Jackson Moreira, eleito presidente do diretório do Partido dos Trabalhadores de Itabuna, depois de uma disputa acirrada com a professora Miralva Moitinho, tem toda razão no pega-pega caseiro, o PT versus PT.
A briga entre os “companheiros” decorre do processo de eleições internas. O grupo perdedor, tendo na linha de frente o deputado estadual Rosemberg Pinto, parece que continua não aceitando a vitória de Moreira, petista da ala histórica da legenda.
O parlamentar, que é o porta-voz do governador Rui Costa na Assembleia Legislativa (ALBA), se comportou como uma espécie de coveiro. Ao ser questionado sobre a sucessão municipal, desdenhou a legenda, só faltou marcar a data do enterro e agendar a missa dos 13 dias.
Aliás, não é a primeira vez que tentam humilhar, sem dó e piedade, o PT itabunense. Everaldo Anunciação, presidente estadual da sigla, andou sugerindo o nome do prefeito de Itajuípe, Marcone Amaral, para disputar a sucessão de Fernando Gomes, ainda sem partido depois que rompeu com ACM Neto, alcaide soteropolitano.
Jackson até que se comportou com uma certa elegância diante das declarações de Rosemberg, que ao citar nomes para a eleição do cobiçado centro administrativo, sequer mencionou um do partido. Falou de Augusto Castro, Aldenes Meira, Eric Júnior, Jairo Araújo e Enderson Guinho, respectivamente PSD, PCdoB – de malas prontas para o PSB -, PP, PCdoB e PDT, mas procurando outra agremiação partidária.
Dos citados pelo parlamentar, hoje considerado como “persona non grata” no geraldismo, apenas o ex-tucano Augusto Castro tem possibilidade de sair candidato pelo PSD do senador Otto Alencar.
A intenção de Rosemberg salta aos olhos. Seu alvo foi Geraldo Simões. Deixou isso bem claro quando defendeu a renovação política. Ao ser indagado sobre as sucessivas derrotas do PT local, disse que “o partido não pode ser propriedade de ninguém, e sim dos filiados”, obviamente se referindo ao ex-prefeito e um dos fundadores da legenda em Itabuna, “compadre” do ex-presidente Lula.
“Não acredito que o parlamentar seja a pessoa mais indicada para tratar das questões políticas que dizem respeito ao município”, desabafou o chateado Jackson. Disse também que Rosemberg precisa tomar conta do seu quintal, lembrando que não houve eleição para o diretório de Itororó, “seu município de origem”.
Ao estranhar o “apetite” de Rosemberg pela política de Itabuna, Jackson insinua nas entrelinhas, com muita ironia, que o “companheiro” sonha em ser o candidato do PT na sucessão de Fernando Gomes.
Rosemberg, responsável por todo esse imbróglio, quer a união da base aliada na disputa pela prefeitura de Itabuna. Mas é o primeiro a provocar o desalinhamento quando joga na sarjeta seu próprio partido.