Representantes das tradições e de religiões de matriz africanas de Itabuna debatem Lei Paulo Gustavo


Encontro aconteceu no auditório da Secretaria Municipal de Saúde


Ampliar o conhecimento sobre a legislação, bem como assegurar a participação democrática de todos os expoentes da cultura local na construção do Plano de Ação que norteará a regulamentação e aplicação dos recursos da Lei Paulo Gustavo (LPG) em Itabuna.
Estes foram os objetivos da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC) ao reunir representantes das tradições culturais, sacerdotes e sacerdotisas e lideranças religiosas de matrizes africanas.
O encontro aconteceu no início da noite de terça-feira, 21, no auditório da Secretaria Municipal de Saúde durante a 7ª oitiva  da Escuta) Pública sobre a Lei Complementar nº 195 (LPG), de 8 de julho de 2022.
No encontro, dirigentes da FICC e integrantes do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Itabuna (CMPCI) tiveram a oportunidade de esclarecer para o setorial de Cultura Afro-Brasileira  as várias possibilidades de desenvolvimento de projetos para pleitear recursos da LPG.

Além dos representantes de comunidades religiosas do candomblé e umbanda e de movimentos ligados às tradições culturais africanas, como a capoeira e grupos afros, o encontro foi rico em manifestações. Como por exemplo, a do representante do setorial da Cultura Afro-brasileira Luiz Dantas,  Pai Lula, Babalorixá do Ilè Axé Oya Funké.
Na sua fala, ele destacou a necessidade e importância de a gestão das políticas culturais do município, representada pela FICC, promover este debate a respeito. “A partir desta experiência de construção coletiva de um Plano de Ação, com o envolvimento dos os setoriais, os agentes culturais aprenderão a desenvolver projetos e pleitear os recursos  não só neste momento pós-pandemia da Covid-19”, afirmou.
Lula enfatizou possibilidades, a exemplo de os terreiros de candomblé, poderem estruturar projetos para desenvolver suas comunidades. “Nós temos uma riqueza cultural que envolve as tradições afro-brasileiras em nossas casas de axé. Seja na culinária, na literatura, na música e na moda que pode e deve ser evidenciado” acrescentou.
“Também vamos poder promover acesso ao conhecimento, bem como à arte do aprender a fazer para que num futuro próximo, tenhamos de volta às tradicionais baianas do acarajé caracterizadas. Ainda  poderá ser fomentada a oferta de cursos de produção de acarajé,  abará dentre outras iguarias afro-brasileiras”, contextualizou Pai Lula.
De acordo com cronograma da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania, a 8ª oitiva da Escuta Pública sobre a Lei Paulo Gustavo está programada para sexta-feira, dia 24, a partir das 17 horas, também no auditório da Secretaria Municipal de Saúde. Será a vez dos agentes do Setorial do Artesanato.