O vereador Ricardo Xavier (PPS), que será presidente da Câmara de Itabuna a partir de 02 de janeiro de 2019, terá o papel de mediar as relações numa Casa ainda dividida. A ponto de oito dos 21 edis não terem comparecido ao plenário no dia da eleição.
Mas ele demonstra estar disposto a conduzir os trabalhos sem tolher as reais – e necessárias – diferenças de pensamento num espaço democrático. Também defende a proposta de aproximar a população da Câmara e vice-versa, além de contribuir com uma ainda tímida união regional em defesa da coletividade.
Casado e pai de três filhos, Xavier tem 50 anos, é técnico em Administração, ocupa uma vaga no Legislativo pelo terceiro mandato e assumiu por meses como suplente – numa ocasião em que todos os vereadores foram afastados.
Com a eleição dessa mesa-diretora, pode dizer que a Câmara está definitivamente na oposição?
A mesa da Câmara é formada por vereadores de diversos partidos. Vereadores que fazem parte da base e vereadores de oposição. Institucionalmente, uma mesa com um pilar que está previsto na Lei Orgânica do Município e também do Regimento interno. Agora, cada vereador individualmente tem o direito inquestionável de se posicionar: ser oposição ou ser situação. O que nós queremos é um poder independente, autônomo e harmônico, como prevê a Constituição do país.
Como deve ser o papel de Ricardo Xavier na presidência da Casa?
De defensor do Poder Legislativo, respeitando o Regimento Interno, a Lei Orgânica, garantindo a prerrogativa de cada vereador, independente de partido, de posicionamento ideológico, ser o interlocutor também em possíveis situações de convergência ou divergência. Inclusive, temos duas propostas para o nosso mandato como presidente: uma é a imediata reformulação e modernização da Lei Orgânica do Município, cumprindo o que prevê o seu trâmite e formando a comissão de vereadores; como também o Regimento Interno da Casa. Isso aí é uma meta que nós vamos fazer; como também uma forma de a gente aproximar mais a população da Câmara e a Câmara da população. Vamos buscar ferramentas pra que a gente possa despertar o interesse da população, resgatando o prestígio do Poder Legislativo.
Já que está na metade do mandato, o que deve marcar esses dois anos que lhe restam nessa vereança?
Continuarei presente nos bairros, ouvindo as demandas da população, procurando solucioná-las; apresentarei mais pedidos de providência que possam beneficiar ruas, bairros, entidades, associações de diversos segmentos, que promovem a cultura, o esporte, que defendem a segurança e o desenvolvimento em nossa cidade. Como também apresentarei mais projetos (já apresentamos alguns) e o gabinete continuará aberto, como sempre foi. Ouvindo as críticas, sugestões.
Em que situações o senhor defenderá que Legislativo e Executivo marchem juntos?
Em todas as situações que os interesses da nossa cidade estejam em primeiro lugar; em todas as situações onde a população seja beneficiada; onde Itabuna possa se desenvolver, crescer, consertar os erros históricos. De forma que tenho dito, ao longo da minha carreira política, que a nossa representação municipal e regional é muito dividida. Nós não conseguimos a união. Por exemplo, Ilhéus e Itabuna dificilmente fazem movimentos unidos em defesa da região; é por isso que a região passa por sérias dificuldades e, consequentemente, os municípios. Todas as vezes que as instituições e os poderes estabelecerem objetivos comuns em defesa da coletividade, certamente quem vai ganhar é a população. Eu, enquanto presidente do Legislativo itabunense nesses dois anos, irei também tentar promover possíveis uniões – Câmaras de Vereadores, Prefeituras, sociedade organizada. Para defender não só nossa cidade, como toda a região.