Há uma preocupação, cada vez mais acentuada e já tomando conta de todo staff governista, em relação ao andamento das articulações visando a sucessão do Palácio Thomé de Sousa.
O governador Rui Costa, maior liderança do PT da Bahia, não consegue arrumar a base aliada. A consequência dessa falta de diálogo com as legendas que dão sustentação política ao governo é um completo desânimo. Os partidos vivem o dia a dia do salve-se quem puder, cada qual cuidando do seu quintal.
É evidente que as agremiações partidárias têm todo o direito de ter seu pré-candidato (ou pré-candidata) na sucessão de ACM Neto: Olívia Santana, Bacelar, Niltinho, Lídice da Mata, Pastor Isidório, a esposa do senador Ângelo Coronel, major Denice Santiago e Leo Prates, respectivamente pelo PCdoB, Podemos, PP, PSB, Avante, PSD, PT e PDT.
O governador Rui Costa sequer é consultado sobre os acordos que estão sendo feitos. Em alguns casos é o último a saber. É pego de surpresa. O exemplo maior, que simboliza a ausência de liderança do governador, é o acordo do PP com o PCdoB. Vale lembrar que João Leão é o vice-governador e o manda-chuva do PP baiano. Ninguém, pelo menos em sã consciência, vai acreditar que Leão não sabia da conversa do seu partido com o PCdoB.
A major Denice, prefeiturável do PT e, por tabela, do lulopetismo, está isolada. Sua única “bengala” é o governador Rui Costa, que quer fazer da militar o que o senador Jaques Wagner fez com ele. O problema é que Rui não é Wagner, não tem o jogo de cintura, a paciência e a vontade política do parlamentar.
Nos bastidores, em conversas antes reservadas, agora já do conhecimento de todos, o que se comenta é que a “tábua de salvação” é Jaques Wagner na secretaria de Relações Institucionais, na frente das articulações políticas. O primeiro efeito, seria um acerto entre Wagner e Lídice da Mata, envolvendo Bebeto Galvão, que é o suplente imediato de Wagner no Senado da República.
A opinião de que Bruno Reis, o candidato de ACM Neto (DEM), pode liquidar a fatura logo no primeiro turno, fica mais robusta na medida que a base aliada do governo Rui Costa se encontra cada vez mais desarrumada.
PS – A prova inconteste de que a sucessão municipal não sofre influência da política nacional, que o eleitor-cidadão-contribuinte quer falar dos problemas da sua cidade e não dos imbróglios de lá de Brasília, é a coligação entre o PCdoB e PP, a união dos comunistas e progressistas aqui na Bahia, mais especificamente na capital do Estado. Nas duas Casas do Congresso, Senado e a Câmara dos Deputados, o PCdoB faz duras críticas ao PP, que é o mais importante integrante do Centrão. Aqui na planície estão de mãos dadas e abraços cada vez mais calorosos e apertados.