Secretaria da Educação do Estado realiza formatura de 90 professores indígenas concursados em Salvador


Todos são professores indígenas aprovados no concurso do estado


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Usando cocá e pintura corporal os 90 professores indígenas, de 19 etnias, reafirmaram suas identidades étnica e cultural e estamparam sorrisos para celebrar, na sexta-feira (28), a formatura realizada pela Secretaria da Educação do Estado, no auditório do órgão, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. Todos são professores indígenas aprovados no concurso público do Estado, em janeiro de 2014, o primeiro certame do país realizado para professores indígena e que estão credenciados a seguir carreira no quadro do Magistério Público do Estado da Bahia.
O subsecretário da Educação do Estado, Nildon Pitombo, participou da cerimônia e disse que a certificação faz parte do Curso de Magistério Indígena, realizado de 2015 a 2017, que preparou e aperfeiçoou os educadores para atuarem nas 28 escolas indígenas em todo o Estado, conforme as especificidades que a Educação Indígena requer. “É importante destacar o papel de cada um dos professores na resistência pela construção de uma nação mais justa. Este é um momento de alegria e de reconhecimento da labuta desses professores, que, no contexto da vida de cada um lá dentro das aldeias, se dividem entre ser estudantes e continuar professor profissional nas escolas indígenas”, afirmou.
A formatura é muito simbólica para os povos indígenas, conforme destacou o  professor Poá Txená Hieru, da etnia Pataxó-Hãhãhãe, que leciona na Reserva Indígena Caramuru, no município de Pau Brasil. “Esta formação vem da necessidade de certificar e legalizar, pois já atuamos há muito tempo nas aldeias dominando a prática do ensino. Eu já tinha o magistério normal reconhecido pela rede estadual e, agora, eu tive que fazer este curso de dois anos. Gostei muito do curso porque foi feito de forma intercultural, envolvendo diferentes povos e, por conta disso, trocamos muitas experiências”, disse entusiasmado.
A professora Cristiane Tupinambá, que leciona na Aldeia Tupinambá Serra do Padeiro, em Buerarema também comemorou. “Essa formação é muito importante porque dá autonomia para o nosso povo e a gente vai atuar nas escolas com uma educação diferenciada voltada para a cultura de nosso povo Tupinambá. Então, este é um momento muito esperado de concluir esta etapa após a aprovação no concurso e estágio probatório”, revelou a educadora.
Mais sobre a Educação Indígena – A rede estadual de ensino tem, atualmente, 6.757 estudantes indígenas matriculados, de 130 comunidades. Além do curso de Magistério Indígena, a Secretaria da Educação do Estado está promovendo uma série de formações para educadores indígenas. A mais recente foi nos dias 19 e 20 de setembro, com professores indígenas das etnias Pataxó, Pataxó-Hãhãhãe e Tupinambá nas regiões Sul e Extremo Sul. Nestas formações, são discutidas temáticas como Planejamento Interdisciplinar, Metodologias de Ensino da Língua Indígena, Educação Inclusiva e Sociabilidades Infanto-juvenis na perspectiva das reflexões dos conhecimentos, saberes, práticas e artes indígenas.