Escrevi um editorial, não me lembro quando, com certeza há mais de 40 dias, intitulado com uma pergunta: Estaria Sérgio Moro arrependido de ter aceito o convite para ser o ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro?
Hoje, faço a mesma indagação. Agora apostando que Moro, ex-juiz da Operação Lava Jato, se arrependeu de ter deixado sua independência de magistrado de lado para ficar subordinado ao chefe maior do Poder Executivo.
Antes pilotando em céu de brigadeiro, vivendo no topo do sucesso, agora nesse inferno astral, que pode fazer o cidadão-eleitor-contribuinte esquecer o Sérgio Moro juiz, o “terror” dos políticos, que o diga Lula e Eduardo Cunha, só para ficar em dois exemplos.
O Moro ministro não é tão temido como o Moro juiz. A frieza do presidente Jair Messias Bolsonaro com o ex-magistrado salta aos olhos. Vale lembrar que não fez nenhum esforço para manter o Coaf sob o comando da pasta da Justiça. Muito pelo contrário, cruzou os braços e deixou Moro a ver navios.
O desprestígio de Moro com Bolsonaro até cego enxerga. A prova inconteste é o fato do ministro ter sua primeira reunião com o presidente depois de quase seis meses de governo, provocada pelas notícias ruins contra o “futuro” membro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Vale ressaltar que o então candidato Bolsonaro ganhou muitos votos com o discurso de que seria implacável com a corrupção, passando a impressão que seu ministro da Justiça seria a viga principal do seu governo. Ledo engano.
Encerro o editorial com a mesma pergunta, agora mais que pertinente e oportuna: Estaria Moro arrependido de ter aceito o convite para a titularidade do ministério da Justiça e Segurança Pública?