A UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia), inaugurada em 2015, está em primeiro lugar no quesito corte de repasses recentemente assinado pelo Ministério da Educação. A reitora Joana Guimarães avalia a extensão dessa redução, fala dos resultados alcançados e garante que a tentativa é manter os serviços conforme planejado. “Nossa intenção é não paralisar, é continuar funcionando”, assegura.
Ela até foi a Brasília expor a inquietação que é comum aos reitores envolvidos, mas recebeu do Mec a informação de que uma mudança na direção dos recursos só acontecerá com a aprovação da Reforma da Previdência. “O corte [de 54%] representa um percentual enorme no nosso orçamento. Por ser muito nova, a universidade tem uma série de investimentos em infraestrutura – a gente está construindo, por exemplo, três prédios. Com esse corte, a gente corre o risco de paralisar as obras, o que pra nós vai ser terrível. Além de atrasar todo o nosso planejamento, parada a obra custa duas vezes mais”, observa.
Aluguel versus sede
A reitora informou que o campus da UFSB em Itabuna, que funciona num imóvel alugado, demanda um gasto de R$ 800 mil por ano. A construção da sede própria, segundo ela, está em fase final e a mudança para o local é um dos pontos até então planejados. “Nós estamos com o prédio que vai funcionar como laboratórios praticamente pronto; estamos fazendo a parte de infraestrutura no entorno. Nossa intenção é mudar em três semestres, para no primeiro semestre do ano que vem ir para a sede nova. Deixamos de fazer algumas coisas para pagar aluguel e nós queremos sair desse aluguel o mais rápido possível, para usar esse dinheiro em outras ações da universidade”, adianta sobre a construção, orçada em R$ 17 milhões.
Em contrapartida, perguntada sobre o quê não afeta em nada nesse momento de redução nos recursos. E ela chamou a atenção para a preservação do número de vagas novas no Sisu [Sistema de Seleção Unificada] para o segundo semestre. ”Essas são vagas que sobraram do processo inicial, vamos abrir 145 vagas. Em maio, somando as vagas do Sisu mais as dos Colégios Universitários, que funcionam nos municípios do entorno, Porto e Teixeira, são quase mil vagas que abrimos no início do ano”, calcula.
Colégios universitários
Já sobre o impacto do corte sobre os Colégios Universitários, ela detalhou que a pretensão é ampliar os espaços e adquirir equipamentos – inclusive para melhoria do sinal de internet que permite a interatividade professor-aluno. “Estamos discutindo com a Secretaria de Educação do Estado a cessão de um espaço para a gente construir duas ou três salas… vamos colocar tipo uma parede virtual para a interação com os alunos. Estamos investindo nisso. Os colégios universitários funcionam com aulas transmitidas a partir da sede”, explica.
Nesse ponto específico, a reitora antevê a possibilidade de a diminuição no orçamento interferir. “De certa forma atinge, porque depende da compra de equipamentos, que vem de recursos do capital, que é nosso maior corte. Por enquanto, não estamos diminuindo o ritmo; estamos tocando de acordo com o planejado, mas se o corte permanecer…”, argumenta.