Ao contrário de Zé Raimundo, em Conquista, Geraldo não escondeu o PT


De início quero parabenizar Geraldo Simões por não ter escondido a sigla PT no horário eleitoral destinado aos partidos políticos.

Geraldo mostrou sua personalidade, assumiu sua posição política com bravura. Em nenhum momento tentou camuflar sua áurea petista. Sou do PT, qual o problema? Foi essa a mensagem.

O ex-prefeito de Itabuna, por duas vezes, teve um fraco desempenho na tentativa de conquistar o terceiro mandato. Mas foi gigante na coerência e na fidelidade partidária. Vai ficar na história do PT como um petista que não pode ser esquecido.

Já José Raimundo, candidato da legenda à Prefeitura de Vitória da Conquista, que disputa o segundo turno com o atual gestor Herzem Gusmão (MDB), que busca à reeleição, tem vergonha do partido. O PT sumiu do programa eleitoral.

No primeiro turno foi a mesma coisa. A campanha de José Raimundo não fez nenhuma referência ao PT, fugindo da sigla como o diabo da cruz. Não existe mais petista como antigamente.

A vergonha de pertencer ao PT, empurrando a sigla para debaixo do tapete, pode se transformar, na reta final da eleição, no que faltava para Herzem permanecer no comando do centro administrativo via instituto da reeleição.

O marketing político do atual prefeito agiu rapidamente e de maneira bastante criativa, gravando um vídeo chamando José Raimundo de “Zé do PT”.

Petistas com vergonha de dizer que é do PT. Até que ponto o petismo chegou. Confesso, francamente, como diria o saudoso e inesquecível Leonel de Moura Brizola, que fiquei triste com esse esconde-esconde da sigla do Partido dos Trabalhadores.

Como não bastasse esse receio de dizer que é do PT, a campanha de José Raimundo vai de encontro a legislação eleitoral, que preceitua que os candidatos a cargos majoritários são obrigados a citar os partidos que compõem a sua coligação.

A sucessão de Vitória da Conquista está indefinida. Vai ganhar quem errar menos. E o primeiro erro veio da campanha de “Zé do PT”.