A noite de terça-feira (30) certamente ficará marcada na mente de centenas de pessoas que foram, pela primeira vez, ao Teatro Municipal Candinha Doria, em Itabuna. Diante do auditório de 600 lugares quase completo, um show de variados talentos, mostrando que a cidade é, sim, um celeiro de notáveis quando o assunto é arte.
Para começar, o palco de 670 metros foi ocupado por dois integrantes da Acate (Associação Cultural Amigos do Teatro) – por ironia, a mesma entidade que protagonizou o movimento pela conclusão da obra iniciada há 14 anos. A atriz Eva Lima, presidente daquela Associação, entrou cantando uma das músicas do espetáculo Rapsódia Grapiúna (Ema Rebedeco), composta pela maestrina Zelia Lessa.
Em seguida, declamou versos do poema cujo trecho diz: “Se não vigiarmos a vida, eles ocuparão a história” – um mantra escrito pelo ator José Delmo. Acompanhando ao violão e cantando em seguida, o cantor Carlos Santana – dono de voz grave constantemente ouvida nas noites da região.
O tempero musical continuou com a dupla Silvano Gonzaga e Carla Valéria, com clássicos do forró, do samba e da MPB (Música Popular Brasileira) – de Dominguinhos a Cartola, um show de música nacional. Com um repertório eclético, o casal de cantores também é uma das referências da noite grapiúna, sempre cantando em bares, restaurantes e animando inúmeros eventos corporativos.
Alegria e gratidão
Para fechar, o cantor itabunense David Nascimento ganhou o palco, acompanhado da banda dele. Abriu com a música “O Sol”, que o projetou para o país através do programa global The Voice Brasil. O artista não disfarçou a emoção – e a gratidão – por cantar para o público itabunense, que votou em massa para ele avançar no reality show musical.
E mais: o repertório de pop e MPB teve um momento em que David pegou o famoso saxofone (sempre pedido por Carlinhos Brown no programa), tocando e cantando, por exemplo, a música “Pétala”, de Djavan. Ao final, puxou o coro para juntos entoarem hits eternizados pela banda Legião Urbana.
Nas palavras, nos gestos e no olhar de todos os artistas que se apresentaram, a alegria por inaugurar o palco do tão esperado e imponente Teatro Municipal Candinha Doria. O mesmo sentimento, é claro, compartilhado pela numerosa plateia.
Não se sabe o que vem para além da vida, mas uma coisa é certa: os artistas de Itabuna brilham no palco e fazem jus à memória da atriz Candinha Doria, que dá nome à casa; do ator Ramon Vane e do artista plástico Valter Moreira (ambos dão nome às salas multiuso no pavimento superior).