AUGUSTO CASTRO E AS PROMESSAS DE CAMPANHA


Das quatro legendas da coligação, a dor de cabeça maior é com o CIDADANIA


O prefeito eleito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), que obteve uma surpreendente votação, mais de 40 mil votos, vive a agonia de ter que cumprir com as promessas de campanha, principalmente com os partidos que o apoiaram formalmente.

Das quatro legendas da coligação Mudar Para Fazer, a dor de cabeça maior é com o CIDADANIA, que é a sigla do vice-prefeito Enderson Guinho, já declarado pré-candidato a deputado estadual na eleição de 2022.

Por trás dessa pressão para que o CIDADANIA tenha preciosos espaços no governo AC, o presidente estadual da legenda Joceval Rodrigues, que é pré-candidato a deputado federal e sonha em sair de Itabuna com uma votação expressiva, fazendo uma dobradinha com Enderson Guinho.

O PSB do médico Renato Costa, que preside o diretório municipal, parece satisfeito com uma secretaria, que pode ser a da Agricultura. O mais cotado para o cargo é o ex-tucano Moacyr Smith Lima, que foi secretário de Governo na última gestão de Geraldo Simões (PT).

A REDE, em decorrência de ser uma agremiação partidária ainda sem força suficiente para se impor no processo eleitoral, em que pese ter bons quadros, é quem menos exige na contrapartida pelo apoio a Augusto. Não há pressão por parte dos dirigentes da sigla. Se existe, é bem discreta.

No PSD, que é o abrigo partidário de Augusto, não há tanto problema. O senador Otto Alencar, dirigente-mor do partido na Bahia e pré-candidato à sucessão do governador Rui Costa (PT), vem dando alguns conselhos ao prefeito eleito e até indicando nomes para compor o primeiro escalão do governo.

Dos chamados “secretariáveis”, o que chamou mais atenção foi o médico Paulo Bicalho para a secretaria de Saúde. Para muitos, o melhor nome para compor o governo que tomará posse no primeiro dia do ano de 2021. Bicalho é tido como uma grande aposta técnica. Se for para tê-lo na administração com o intuito meramente político, sua permanência no governo dura pouco tempo. Outro detalhe é que Bicalho não aceita intromissão no seu trabalho, mais especificamente de quem quer fazer carreira política.

O que se comenta nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, é que Augusto terá pela frente um ambicioso vice-prefeito, cujo sonho de ser alcaide de Itabuna é uma obsessão. Vale lembrar que todo vice, deixando de fora as pouquíssimas exceções, fica de olho na cadeira do prefeito.

Os 100 dias de governo são suficientes para Augusto arrumar a casa, colocando tudo nos seus devidos lugares. Cabe a oposição e a futura Câmara de Vereadores a imprescindível tarefa de fiscalizar o Executivo, principalmente no que diz respeito à aplicação do dinheiro público. Fiscalizar sem radicalismo. Aplaudir as boas iniciativas e criticar as ruins.

No mais, é torcer para que Augusto Castro faça um bom governo. A política do “quanto pior, melhor”, protagonizada por pessoas irresponsáveis, é inaceitável.