Baianos criam armadilha elétrica sustentável contra mosquitos


Protótipo busca ser uma solução para diminuir doenças transmitidas pelos mosquitos, a exemplo de dengue, zika e chikungunya


Arthur Ribeiro, Fábio Filho, Ana Clara e Thaís Caires assinam a criação do protótipo, que foi impresso em 3D

O mosquito é considerado um dos animais mais perigosos do mundo, por ser o vetor de doenças como malária e febre amarela, que matam centenas de pessoas ao redor do planeta, além de dengue, zika e chikungunya, que segundo o Ministério da Saúde, tiveram aumento de 128% nas primeiras semanas de 2020. Em busca de diminuir a quantidade desses insetos e dar mais conforto e saúde à população, uma equipe de cientistas baianos trabalham com uma solução tecnológica: uma armadilha elétrica sustentável. A novidade é que o protótipo, feito em impressão 3D com composição plástica biodegradável, funciona através de um sistema solar, que reduz o uso de energia elétrica e pode ser utilizado em qualquer lugar atingido com a infestação de mosquitos.

“Nossa armadilha apresenta um design inédito, ao mesmo tempo decorativo e eficaz. Com amplitude de atração de 360 graus, tanto na vertical e horizontal, além de um duplo mecanismo de atração, um sonoro e outro por iluminação pulsada, os mosquitos ficam presos ao entrar e lá dentro desidratam e morrem”, explicou um dos responsáveis pela invenção, Arthur Ribeiro, estudante de engenharia elétrica do Instituto Federal da Bahia (Ifba), da cidade de Paulo Afonso. Ele se uniu a outros estudantes, Ana Clara, Thaís Caires e Fábio Filho, orientados pelo professor Weber Miranda, e tiveram a inspiração para criar o projeto durante um programa de fomento do Instituto. “Nosso orientador mostrou um protótipo da ideia e formamos uma equipe para desenvolvê-la. Fomos aprovados no Edital do Hotel de Projetos e estamos nessa pesquisa desde então”, disse o estudante.

Combate sem agressão

As três principais estratégias de combate aos mosquitos, atualmente, são os inseticidas, repelentes e as armadilhas. “Queremos combater as doenças que são transmitidas através dos insetos sem agredir o meio ambiente ou a saúde das pessoas, sem necessidade de produtos químicos. Soluções como inseticidas podem causar efeitos como náuseas, dores de cabeça e alergias, então a armadilha sustentável pode ser a melhor solução para atender a diversas populações”, destacou.

Arthur reitera a relevância do trabalho ao levantar questões importantes acerca dos mosquitos. “Suas picadas resultam indiretamente em cerca de um milhão de mortes no mundo, por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Nosso produto pode diminuir a quantidade de picadas e reduzir o número de doenças causadas por elas”, ressaltou. Recentemente, o grupo de pesquisadores foi contemplado através do edital Centelha Bahia, da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), que vai conceder R$1,6 milhão para que pesquisadoras possam desenvolver seus projetos. A armadilha sustentável está com modelos prontos e em fase de testes, a fim de analisar e melhorar sua eficácia.

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam, no dia 8 de julho, o Bahia Faz Ciência, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias serão divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estarão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail [email protected].