O cantor e compositor Moraes Moreira morreu nesta segunda-feira (13), aos 72 anos, em sua casa no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo também cantor Paulinho Boca de Cantor, companheiro de Moraes no grupo Novos Baianos, ao Blog do Marrom, e confirmada pela produtora do artista.
Emocionado, Paulinho Boca contou que um parente o informou que Moreira morreu enquanto dormia. Ainda não há informações das causas da morte.
Em meio à pandemia do novo coronavírus, o compositor estava em quarentena em sua casa na Gávea, no Rio de Janeiro, onde morava. No dia 18 de março, publicou um cordel em seu perfil no Instagram, sobre o isolamento, e disse que estava “tocando e escrevendo sem parar”.
ÍCONE DA CULTURA BAIANA
Antônio Carlos Moraes Pires nasceu em Ituaçu, na Bahia, na Chapada Diamantina. Começou sua trajetória musical tocando sanfona. O violão ele aprendeu a tocar na adolescência, antes de entrar no Seminário de Música da Universidade Federal da Bahia, onde foi aluno de Tom Zé. Foi graças a ele que Moraes conheceu Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, que junto com Pepeu Gomes e Baby do Brasil formaram os Novos Baianos.
Em 1975 o artista partiu para carreira solo e sagrou-se o primeiro cantor de trio, no Trio Elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar, no carnaval de Salvador. Com mais de 30 álbuns lançados, Moraes Moreira compôs sucessos como “Acabou Chorare”, “Preta Pretinha” e “A Lua dos Amantes”.
Em 2016, Moraes e os Novos Baianos se reencontraram na reabertura da Concha Acústica do Teatro Castro Alves. O grupo viajou o Brasil em turnê e chegou a gravar um DVD. Os músicos planejaram ainda o lançamento de um disco de inéditas, que não chegou a sair.
Cantor, compositor e instrumentista com 50 anos de carreira, possui mais de 40 discos gravados, entre Novos Baianos, Trio Elétrico Dodô e Osmar e ainda dois discos em parceria com o guitarrista Pepeu Gomes. Entre os clássicos que compôs estão “Meninas do Brasil”, “Santa Fé”, “Eu Também quero Beijar”, “Sintonia”, “Lá vem o Brasil descendo a Ladeira”, “Eu sou o Carnaval”, “Chame Gente”, “Chão da Praça”, “Vassourinha Elétrica”, “Bloco do Prazer” e “Preta Pretinha”.
Escreveu ainda os livros “Poeta não tem idade” (2012) e “A História dos Novos Baianos e Outros versos” (2008), ocupando a cadeira nº 38 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.