Com a proximidade das convenções partidárias, para o registro das candidaturas, a expectativa passa a ser em torno da escolha do vice, de quem vai compor a chapa majoritária.
As pesquisas de intenções de voto ficam em segundo plano. O assunto vice, de agora em diante, vai tomar conta das conversas, não só dos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, como também entre a militância e o eleitorado.
Quem vai ser o vice do prefeiturável tal ? Essa é a pergunta já obrigatória nas reuniões dos partidos. Uma discussão que, se não bem conduzida, se for assentada na imposição e na falta de diálogo, pode criar problemas para o prefeiturável.
A possibilidade maior é que o vice saia de uma das siglas coligadas, evitando assim a composição chamada de puro-sangue, o que pode provocar um início de uma insatisfação entre os parceiros. Com efeito, as legendas, com algumas pouquíssimas exceções, aderem a uma determinada pré-candidatura com o propósito de indicar o companheiro da chapa. Se o prefeiturável estiver bem colocado nas pesquisas, a disputa entre as siglas coligadas fica mais empolgante, podendo até provocar uma cisão e, como consequência, um rompimento.
Muita gente acha que o melhor vice é o que leva muito dinheiro para ser gasto na campanha. Os adeptos do “dinheirismo” não se preocupam com outra coisa que não seja a grana. O aspecto moral e a vida pregressa são pontos insignificantes. Os dinheiristas estão sempre de olho no dindim, na bufunfa do vice.
A escolha do vice não pode ficar restrita ao aspecto eleitoral, se ele vai ajudar o candidato a conquistar alguns pontos nas enquetes. O vice tem que ser respeitado na sociedade, ter vida limpa. Se não enquadrar nesses dois importantes e imprescindíveis requisitos, indispensáveis na vida pública, termina prejudicando o candidato a prefeito.
Um vice erradamente escolhido, depois de ter ser nome homologado na convenção, é como o leite derramado, não volta mais para o vasilhame. É dor de cabeça durante quatro anos. É arrependimento que não tem mais solução, como voltar atrás para consertar o equívoco.
Portanto, que os prefeituráveis tenham muito cuidado na escolha do companheiro da majoritária. Não tem nada pior do que conviver com um vice que não merece confiança. Um vice que vai passar quatro anos de olho na cadeira do prefeito.
PS – Na sucessão de ACM Neto (DEM), prefeito de Salvador, a disputa para ser o vice de Bruno Reis, o nome indicado pelo alcaide soteropolitano, é acirrada, envolve cinco agremiações partidárias. Em Itabuna, são dois os exemplos mais simbólicos de rompimento entre o prefeito e seu substituto imediato: Fernando Gomes com Renato Costa e Geraldo Simões com Ubaldo Dantas.