Comércio cresce na Bahia, mas desempenho nas datas especiais pode oscilar


Para o natal, a situação muda de figura: a expectativa das entidades é que o faturamento do comércio baiano cresça 8,2%


O comércio baiano apresentou bons resultados no primeiro semestre de 2021. O avanço da vacinação no estado e a maior sensação de segurança para explorar as lojas físicas venceram a grande inflação e a diminuição do poder de compra e o saldo foi um crescimento de 22,8% nos primeiros seis meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2020. Os dados são do Fecomércio-BA. Em Itabuna, a melhora foi muito comemorada. Entretanto, o desempenho do varejo do estado nas datas especiais que se aproximam preocupa, especialmente para o dia das crianças.

Mesmo com o grande crescimento em relação ao ano de 2020, dois setores ainda mantiveram números negativos no primeiro semestre: o de vestuário e calçados, com queda de 31,7%, e o de outras atividades, com queda de 7%. O setor nomeado como outras atividades inclui a venda de brinquedos e artigos esportivos. Ou seja, alguns dos segmentos mais procurados no dia das crianças ainda não se reergueram completamente, o que pode empurrar as vendas para baixo. A isso, soma-se a inflação, que faz com que os baianos tenham menos dinheiro no orçamento para esses gastos, considerados não-prioritários.

Por isso, a estimativa do Fecomércio da Bahia é que as vendas do mês de outubro sejam 4,7% inferiores às do ano passado nos segmentos de produtos mais procurados na data, mesmo com uma melhora significativa no cenário geral da pandemia. Entretanto, considerando todos os segmentos, há uma expectativa entre os lojistas de que o desempenho seja melhor do que em 2020, o que mostra que o comportamento do consumidor na ocasião ainda gera dúvidas. A performance do dia das crianças pode afetar bastante o comércio baiano, já que essa é, historicamente, a terceira melhor data para o setor no estado.

Um levantamento feito pelo site MonederoSmart aponta que as buscas na internet por dia das crianças realizadas na Bahia estão superiores este ano em relação ao ano passado. Considerando as semanas que antecedem a data, em 2021 o assunto foi 27,2% mais pesquisado do que em 2020. Ao mesmo tempo em que este dado representa uma demanda maior, também pode significar um maior apelo ao comércio virtual, o que pode enfraquecer o varejo local.

A Black Friday, evento de descontos que ocorre em novembro e costuma acelerar o comércio, também gera dúvidas entre os comerciantes. Tradicionalmente, a data tem um apelo maior para o comércio eletrônico, ou seja, tende a beneficiar grandes varejistas de fora do estado. No ano passado, a diferença de desempenho entre o comércio físico e virtual na ocasião foi marcante. Enquanto as vendas virtuais bateram recordes, o varejo presencial recuou quase 15%.

Já para o natal, a situação muda de figura: a expectativa das entidades é que o faturamento do comércio baiano cresça 8,2% na data, que é muito mais ligada à experiência das compras presenciais e passeios em família.