Pessoas mais próximas do presidente Jair Messias Bolsonaro, em conversas reservadas, já demonstram uma insatisfação com o ex-juiz Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública.
Os insatisfeitos são os mesmos – a maioria integrante do chamado “gabinete do ódio” – que protagonizaram o processo de fritura de Luiz Henrique Mandetta, então ministro da Saúde. Deu no que deu: Mandetta foi defenestrado.
A queixa principal é que Moro anda meio tímido na defesa do chefe do Palácio do Planalto, principalmente quando o assunto é coronavírus. Alegam que o ex-magistrado, que conduziu a Operação Lava Jato, não dar nenhum sinal que possa ser interpretado como de apoio ao presidente.
Sem citar o nome de Sérgio Moro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do mandatário-mor da República Federativa, andou dando algumas enviesadas para o ex-juiz. Vejamos duas: 1) “O que eu gostaria de pedir é que dentro do governo mais pessoas publicamente, explicitamente, falassem a favor do presidente”. 2) “Porque aqueles verdadeiros guerreiros não falam só no momento da vitória, falam também nos momentos em que a gente está sob fogo”.
O problema todo é que Moro tomou gosto pela política. Ficou feliz da vida com a notícia de que sua popularidade é maior do que a do chefe, que se a eleição presidencial fosse hoje ganharia para Bolsonaro. Politicamente falando, seu coração está acelerado. Os batimentos cardíacos estão fora do ritmo normal.
A tendência, se as pesquisas de intenções de voto continuar apontando Moro na frente do presidente, que já trabalha seu segundo mandato, via instituto da reeleição, é que o sonho de chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF) seja engavetado, deixado para trás.
Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o “gabinete do ódio” está de olho em Moro. Os olhos dos seus componentes são parecidos com os da coruja.
