Mesmo com a instabilidade econômica e das constantes crises financeiras que o Brasil vive nos últimos anos, alguns setores do mercado têm se mostrado bastante sólidos e com potencial para crescimento. O e-commerce é um deles, tanto que já representa mais de 15% de todo o mercado.
Por isso, um crescimento do setor no ano de 2020 já era esperado, mas o que aconteceu foi um crescimento muito maior, o que gerou a maior alta dos últimos 20 anos. Existem alguns fatores que podem explicar esse aumento e, além disso, projetar um crescimento ainda maior para o ano de 2021.
Segundo a Ebit/Nielsen, consultoria especializada em dados de vendas online, a previsão é de um crescimento de 26% em relação ao ano passado, uma ótima notícia para o setor. É interessante ressaltar que datas comemorativas como o dia das mães e o dia dos namorados representaram os picos de vendas, o que não é exatamente uma surpresa, mas mostra por quais caminhos o setor pode investir de maneira mais garantida.
A primeira delas tem a ver exatamente com o recente boom do mercado de e-commerce. Essa alta no mercado ajuda a alavancar novas profissões, o que acaba gerando mais empregos e oportunidades de carreira. É uma questão de retroalimentação: quando o mercado se expande, precisa de mais mão de obra para funcionar de uma maneira correta. E com mais pessoas trabalhando juntas, a tendência é de crescimento.
O avanço das tecnologias
O avanço nas maneiras de comprar online também foram determinantes para impulsionar o crescimento do setor. O primeiro e mais importante ponto, nesse sentido, é compreender a questão da inclusão digital no Brasil. Se em 2010 o número de pessoas com acesso à internet era de cerca 73 milhões, em 2020 esse número é de 134 milhões de usuários, o que significa que um a cada 3 brasileiros têm a possibilidade de comprar online.
E o segundo ponto tem a ver com a evolução nas maneiras de comprar. Aplicativos exclusivos para compras online são uma realidade. E eles existem nas mais variadas formas, desde aqueles que apostam em nichos, vide os aplicativos de compras de roupas e acessórios de moda como o Zattini e o Dafiti, até os aplicativos mais genéricos que contam com imensos Marketplaces, o que é o caso do Walmart, Mercado Livre e Magazine Luiza, para citarmos alguns dos mais relevantes.
Espaço para evolução
Mesmo com todo o avanço no mercado e com o enorme crescimento do mercado de e-commerce dos últimos anos, não é possível afirmar que se trata de um mercado sem defeitos. Na verdade, o próprio crescimento pode acarretar certos problemas, como um maior prazo para entregas devido ao alto número de pedidos.
Por outro lado, a solução para este tipo de problema pode já existir dentro do próprio setor e é algo com o qual as empresas não se preocupam tanto. Mais funcionários para auxiliar na entrega, mais pessoas para o atendimento ao cliente e algumas modificações na gestão do processo para que a empresa não se perca. Sem dúvidas, é um desafio palpável e que o mercado enxerga como um espaço para evolução do e-commerce como um todo.
Dizer que o mundo está passando por uma constante transformação pode até parecer clichê, mas é uma grande verdade. O mercado de e-commerce, mais aquecido do que nunca, pode até ser uma indicação de como os outros mercados podem se comportar em um futuro próximo. Falando de entretenimento, por exemplo, quem poderia imaginar que podcasts de sucesso iriam bater de frente com audiências de grandes canais de televisão?
Por isso, a grande questão do mercado é saber se adaptar às novas tendências. Voltando ao assunto dos podcasts, não é raro vermos programas esportivos como o Globo Esporte, por exemplo, com seus próprios programas de áudio nas plataformas digitais. As novas tendências, sejam elas as do e-commerce ou de qualquer outro segmento, podem ser um incômodo ou podem ser aliadas. Basta saber o que fazer com toda essa transformação do mercado.