De 2017 até agosto de 2018, Itabuna registrou 15 assassinatos tendo como vítimas pessoas LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros). O caso mais recente foi o assassinato do estilista Mar Ramos, morto dentro de casa dia 08 de agosto, por um rapaz com quem convivia há 15 dias e que conheceu pelas redes sociais.
Diante do número de crimes, o presidente do Grupo Humanus, Itamar Santos (Zezé), reconhece que o público LGBT acaba se tornando vulnerável e nas relações que estabelece. “[É preciso] saber quem a gente coloca dentro de nossa casa, quem é esse companheiro que a gente escolhe, não ficar expondo sua vida financeira para essas pessoas. Quando se aproximam, já vêm com esse crime de ódio, de homofobia internalizado. Então, cada vez mais, temos que nos reservar”, afirma.
Sobre Mar Ramos, de quem era amigo, Zezé comentou: “Uma pessoa humana, sempre estava nas nossas construções de visibilidade, para cada vez mais estar quebrando esses tipos de preconceito na sociedade”, recorda. O grupo Humanus, que funciona na avenida do Cinquentenário, 726, 1º andar, tem um observatório onde cataloga e levanta estatísticas de crimes tendo homossexuais como alvo.
Itamar Santos menciona, ainda, o trabalho para que as famílias também se engajem, estejam em parceria em nome da prevenção e, nos casos de crimes cometidos, pela punição dos culpados. Isso significa acionar os órgãos competentes, a exemplo do Ministério Público. “Estimulamos para que as famílias também sejam vozes contra a impunidade”, completa.