Missa em Itabuna marca um ano sem Fernando Gomes


Celebração ocorrerá na Catedral de São José, às 18 horas desta segunda-feira (24)


Mais uma entrevista em que Fernando Gomes falou sobre todos os assuntos que lhe foram perguntados  (Foto: Celina Santos/Diário Bahia

A noite desta segunda-feira (24) será dedicada, mais uma vez, à memória só saudoso ex-prefeito Fernando Gomes. A Catedral de José será palco da missa pelos primeiros 12 meses após a morte do principal líder político sul-baiano.

Prefeito por cinco mandatos, deputado federal em três oportunidades, seu Fernando (como era chamado por todos) tinha algo que marqueteiro consegue fabricar: o tal carisma.

Autêntico, às vezes até indelicado, ele despertou amores e ódios na mesma medida. Por isso, protagonizou Pou anos um verdadeiro “Fla x Flu” na política de Itabuna. De um lado, os “fernandistas de carteirinha”. De outro, os “geraldistas de carteirinha”.

O prefeito que notabilizou pela capacidade de liderança. Ou, nas palavras dele: “tem que saber mandar.” (Foto: Waldyr Gomes)

Itabuna e a paixão política

Esta repórter que vos escreve não se esquecerá jamais do duelo que foi a campanha de 2000. Os adeptos ao então candidato Geraldo Simões (PT) seguiam em caminhadas sob o jingle, em ritmo de forró: “Geraldo Simões/ pra fazer muito mais…”.

Em contrapartida, o marketing daquela campanha elaborou um vídeo muuuuuito emocionante. Num dia 07 de setembro, supostamente a mando do candidato à reeleição Fernando Gomes, policiais de Cavalaria avançaram sobre manifestantes no “Grito dos Excluídos” .

Mais uma vez, um vídeo genial mostrava as cenas dos cavalos indo do encontro das pessoas e uma música forte (em ritmo de samba) vaticinava: “Apesar de você/ amanhã há de ser/ um novo dia… ”

O resultado daquele pleito, como todos sabem, foi desfavorável a seu Fernando (desculpa. Não chamar seu o seu. Afinal, era um homem mais velho que eu).

Fiel escudeira

Outra figura importante na trajetória política do ex-gestor foi Maria Alice Araújo Pereira, a famosa “dama-de-ferro’. Forte como ele, valente, amada por uns, odiada por outros. Os românticos diriam: “almas gêmeas”.

Segundo ela,  casada e mãe, era uma amizade que durou mais de 30 anos. Ela era, como costumo dizer, “amiga da contar segredo ” para aquele líder grapiúna.

Dona Alice sempre relatou que Fernando de outrora, que começou na labuta como vaqueiro e ascendeu ao ápice (tanto política como economicamente) tornou -se polido à medida que idade foi avançando.

Ela dizia: “Fernando não é mais aquele homem bruto de antigamente”. Ele me disse, numa entrevista em 2007: “sou comerciante e sei ganhar dinheiro” . Uau!

A mesma cidade que completará 113 anos de emancipação política na próxima sexta-feira (28). É até uma ironia da abstração chamada destino, não é? Fernando Gomes morreu a poucos dias do aniversário desta terra, pela qual ele era apaixonada.

Como um dia a professora Acácia Pinho, que já candidata a vice-prefeita, definiu: “Fernando é um tocador de obras”. Uma síntese perfeita, não é? De fato, são muitos os equipamentos públicos assinados em gestões de FG

Dizem os mais próximos, que seu Fernando acompanha, de perto, cada detalhe nas gestões dele

Novo adeus

Por tudo aqui relatado, certamente a Catedral de São José estará lotada na missa pelo primeiro ano sem Fernando Gomes. Ele, inclusive, demonstrava ser um católico contumaz, do tipo que ia à missa frequentemente.

E levava a família para compartilhar o momento de fé. A última esposa, agora viúva Sandra Neilma, tem sido apontada como possível pré-candidata numa próxima. Não sabemos, porém, se é realidade ou boato. Usando uma palavra da moda, talvez seja “fake news”.