Como são dois Fernandos, ambos Gomes, e o vice-prefeito é quem está no comando da prefeitura de Itabuna, depois que o titular se afastou para cumprir a quarentena, o Fernando Gomes que intitula o editorial é o Oliveira e não o Vita, o interino.
Fernando Gomes de Oliveira está entre a cruz e a espada, como diz a sabedoria popular quando alguém se depara com um impasse, tendo que tomar uma decisão, fazer uma escolha.
E qual seria esse dilacerante dilema? Fernando Gomes, o Oliveira, tem que tomar uma posição em relação ao isolamento social e a abertura do comércio. Ficou para a próxima segunda (13) um pronunciamento do alcaide sobre a preocupante situação, que tende a ficar mais grave em decorrência da fragilidade do sistema de saúde.
E agora, ceder à forte pressão e o lobby das entidades que representam o segmento do comércio, com destaque para a CDL e ACI, ou seguir os conselhos do secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, ardoroso defensor do “Fiquem em Casa”, do isolamento social para evitar uma acelerada contaminação do coronavírus?
Na sua mais recente entrevista, o secretário alertou os moradores do sul da Bahia, da região entre Ipiaú e Ilhéus, obviamente incluindo Itabuna, para um risco de um surto de Covid-19. “É preciso que as pessoas fiquem em casa, não vão às feiras, não abram o comércio, e se tiverem que sair de casa utilizem máscaras de proteção e observem as medidas de higiene”, disse Vilas-Boas.
Fernando Gomes, o Oliveira, vive o maior dilema de sua carreira política, gigantescamente maior do que ser ou não candidato à reeleição, esse envolve a vaidade, a política partidária, o desafio aos adversários. Abrir ou não o comércio diz respeito a vida do ser humano, já que pode causar o aumento da proliferação do vírus com os consumidores da região “invadindo” o comércio de Itabuna.
E como ficam os comerciantes, quase vivendo no limite do que podem suportar, principalmente os pequenos e, mais especificamente, os que pagam aluguel e tem um limitado capital de giro?
Fernando Gomes, o Oliveira, mais cedo ou mais tarde, se não for na segunda-feira, vai ter que decidir, sabendo que se houver um aumento de pessoas contaminadas com a abertura do comércio, vão jogar a culpa nele. Toda responsabilidade será atribuída ao alcaide.