Kiko de Assis
Seria até uma falta de sensibilidade não falar neste momento da terrível crise que se abate sobre o planeta por conta deste vírus inominável. Mas as redes sociais estão repletas de pseudo-cientistas apresentando fórmulas e curas milagrosas a todo instante. Portanto, o meu propósito não será revisitar a pandemia, pois, esta nos revela a face mais sombria do momento político em que vivemos. É nesta direção que faço essa modesta avaliação da cena política e, avaliar a falta de respeito às instituições e o despreparo do sujeito eleito democraticamente e que de forma sorrateira e vil, tenta induzir o cidadão ao erro. Há uma frase célebre no cinema que diz: Huston, temos um problema! Pois é, a nossa frase é: Brasil, temos um grande problema! O que fazer para acalmar e dar um mínimo de seriedade e nobreza (no sentido afetivo da palavra) para o ocupante do palácio do Planalto? 20 meses se passaram e não vimos nenhum projeto em curso que possa amenizar ou até mesmo dar um norte para a vida do povo brasileiro. Revogar leis e diminuir direitos é o foco do governo? Foi pra isso que muitos foram pra rua em defesa do “mito”? Lamento estar vivendo esse momento e assistindo o desmonte do Estado em nome de um modelo indefinido de política que não apresenta sequer o porquê de suas parcas e equivocadas ações. Importante salientar que não faço crítica por apatia, descontentamento ou oposição. Também acredito que o modelo anterior exauriu e deu fortes sinais de fim de ciclo. Virou clichê dizer que quem não comunga com as sandices do presidente é comunista. Não sou comunista, até porque o comunismo é uma prática política muito complexa e não me sinto preparado e capaz para tanto. Sou um cidadão que pretende refletir o momento e dar minha contribuição para fixar pontes e estreitar caminhos para uma convivência mais plural e saudável aos meus pares… A questão fundamental aqui e agora é discutir os rumos que estão sendo traçados para o povo brasileiro e quais são esses rumos. O sentimento reinante é de abandono e desilusão. Tudo que queremos ver ou ouvir é alguém dizer: está tramitando no Congresso Nacional um projeto de fortalecimento das políticas para a saúde, econômicas, ou sociais, ou culturais, ou de segurança, ou de qualquer coisa. Sem projeto de governo e sem humanidade, fica muito difícil aceitar 100.000 mortos e lavar as mãos…
Kiko de Assis – Publicitário – Produtor Cultural.