Cacau da Bahia recebe prêmios em concurso nacional


Foram 27 os selecionados para as últimas etapas de avaliação 


Cacauicultores vêm investindo cada vez mais na produção de amêndoas especiais (Foto: Ana Lee/Divulgação)

 II Concurso Nacional de Cacau Especial premiou nesta semana sete cacauicultores de três estados brasileiros em três diferentes categorias: varietalblend experimental. Com maior número de inscritos, a Bahia levou também o maior número dos prêmios. Segundo colocado na categoria varietal, há três anos o produtor José Luís Fagundes fez um investimento em sua fazenda, no município baiano de Igrapiúna, já mirando a produção de cacau de qualidade.

“Mesmo sem a expertise que tenho hoje, eu já acreditava nesse sonho e consegui fazer os colaboradores embarcarem nele junto comigo. Sem eles, não conseguiríamos esse prêmio”, reconhece. Ainda no varietal, o cacauicultor Gleibe Luís Torres, da Fazenda Mariglória, em Itajuípe, ficou em terceiro lugar.

Outra categoria onde a Bahia recebeu prêmio foi a blend, com a terceira colocação para Alexandre Buhr Magalhães, da Fazenda Ouro Verde, em Maraú. “Uma fazenda é uma empresa, precisa lucrar. E, pra isso, é preciso mudar o formato de plantio, manejo e comercialização. Eu tento cada vez mais trazer os funcionários para esse novo mundo”, comenta Alexandre, que celebra o prêmio e as possibilidades comerciais que ele pode trazer.

Iniciativa conjunta

Neste ano, 63 produtores dos estados da Bahia, Pará e Espírito Santo se inscreveram no concurso e 27 foram selecionados para as últimas etapas de avaliação, que envolveram análise sensorial do líquor e degustação do chocolate. “Independentemente de quem ficou em primeiro, segundo ou terceiro lugar, todos os estados foram representados e premiados. São todos merecedores”, destaca Cristiano Villela, diretor científico do Centro de Inovação de Cacau (CIC) e presidente do Comitê Nacional de Qualidade de Cacau Especial.

Para a gerente do CIC e jurada técnica do concurso, Adriana Reis, não houve vencedores e sim premiados, pois as notas finais dos lotes ganhadores foram muito próximas. “Alguns não entraram na lista dos premiados por apenas um décimo”, comenta Adriana.

A maior parte da produção de cacau dos participantes do concurso vai para a venda em commodity, mas os produtores vêm investindo cada vez mais na produção de amêndoas especiais, que requerem maior cuidado no plantio, manejo, colheita, fermentação e armazenamento, e são vendidas no Brasil e exterior como cacau fino, com maior valor agregado, para a produção de chocolates de origem.

O II Concurso Nacional de Cacau Especial é uma iniciativa conjunta da cadeia de cacau, apoiada pela Barry Callebaut, Cargill, Dengo, FAEB/SENAR, Harald, Mondelez, Gencau (Theo) e executado pelo CIC em parceria com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC).